O coração é como uma máquina, um carro, movida à energia elétrica, que através de centrais elétricas e fios, controla o ritmo desta máquina.
A grande diferença entre eles é que o carro você desliga na garagem e o seu coração bate sem parar, a cerca de 100.000 batimentos por dia. Imagine quantas vezes bate um coração de quem vive 70-80 -90 anos.
Quanto mais mal cuidado e mais velho o seu coração – esta máquina pode bater diferente- mais rápido, mais devagar ou descompassado- isto é arritmia cardíaca.
São várias, desde as provocadas por doenças do coração, situações especiais, uso de medicamentos, bebidas alcóolicas e doenças específicas.
1- Pânico, ansiedade, stress
2- Angústia, depressão
3- Exercícios físicos demasiados e extenuantes
4- Ingestão de bebidas alcóolicas em grande quantidade, energéticos, drogas (maconha, cocaína), cigarros, cafeína, chás mates, chás verdes
5- Ingestão de medicamentos inadvertidamente como antipsicóticos, antidepressivos, certos descongestionantes nasais
1- Hipertensão arterial
2- Diabetes
3- Infarto do miocárdio
4- Angina
5- Idade avançada
6- Doenças genéticas
7- Miocardiopatias
8- Valvopatias
9- Obesidade
10- Apneia do sono
11- Malformações congênitas e adquiridas do coração
12- Doenças da tireoide
13- Enfisema pulmonar, bronquites
Destacam-se a hipertensão arterial, diabetes, maus hábitos de alimentação, a idade mais avançada, o fumo, bebidas alcóolicas em demasia, a obesidade, o sedentarismo, o sono ruim e doenças geneticamente transmissíveis.
Se o seu coração estiver mal cuidado, pode vir a aceleração dos batimentos ou o contrário- batimentos lentos ou descompassados, às vezes acompanhados de falta de ar, desmaios, dotr no peito, fadiga, isquemia cerebral, tonturas forte e até a morte súbita.
Procurando um cardiologista, um especialista em arritmias, que vai orientar os exames e buscar um tratamento adequado
O Eletrocardiograma (ECG) é o primeiro exame para isto- ele é a janela do coração, por onde pode ser observado a arritmia e começar o tratamento.
As arritmias são consideradas situações clínicas que se manifestam como palpitações taquicárdicas, descompasso do coração e devem-se a distúrbios da condução elétrica dentro do coração e do ritmo cardíaco.
Segundo o Dr. Mitermayer Reis Brito, Coordenador do Departamento de Arritmias e Eletrofisiologia Cardíaca Invasiva do Hospital Madre Teresa, e Diretor Técnico/Científico da Ritmo Care, as arritmias podem ser classificadas como bradicardias- batimentos lentos do coração ou taquicardias- batimentos rápidos do coração, as vezes descompassados, ou seja, não batem numa sequencia de batimentos regulares, as vezes classificados como extrassístoles.
O eletrocardiograma (ECG) é considerado a janela do coração e o método de mais fácil acesso e praticidade para o cardiologista e clínicos em geral.
Através do eletrocardiograma é possível diagnosticar as arritmias cardíacas e também uma série de doenças cardíacas como isquemia e infarto do miocárdio, sobrecargas que são crescimento anormal de paredes do coração, dilatação de suas cavidades, ou sinais elétricos de doenças que podem levar a morte súbita.
Somente o ECG pode não ser suficiente para avaliar a queixa de um paciente com arritmia cardíaca, e assim podemos solicitar outros exames como:
1- Holter ambulatorial, que é uma gravação de no mínimo 24 hs do ritmo do coração
2- Teste ergométrico, para avaliar o ritmo cardíaco durante o esforço físico.
3- Gravador de eventos cardíacos, que é uma gravação contínua ou intermitente do ritmo cardíaco durante semanas e até meses. Além destes métodos não invasivos, temos
4- Estudo eletrofisiológico, que é um estudo invasivo do ritmo cardíaco, através de cateteres que são introduzidos no interior do coração para analisar os distúrbios da condução elétrica cardíaca e os reais mecanismos das arritmias e o seu adequado tratamento, através da aplicação de energia por radiofrequência.
5- Cateterismo cardíaco, que serve para avaliar o estado funcional das artérias coronarianas
6- Ressonância Magnética Cardíaca, para avaliar a presença de fibrose, cicatrizes e dilatações no interior do coração
7- Ecocardiograma transtorácico e transesofágico, que avaliam a função contrátil do coração, suas válvulas, artérias, a presença de dilatação das câmaras do coração e de trombos (coágulos).
O tratamento farmacológico através de medicamentos podem melhorar o tratamento das arritmias, entretanto eles não oferecem a opção de cura, e demandam o seu uso por longo tempo, e as vezes com efeitos colaterais importantes.
As arritmias cardíacas dependendo do estágio em que o paciente se apresenta, esta janela do tempo, pode mostrar um prognóstico melhor ou pior, e através da condução da doença pelo eletrofiologista, as arritmias podem ser curadas na sua grande maioria, através de procedimentos como a ablação por radiofrequência, tido como um cateterismo cardíaco, em que cateteres são introduzidos no interior do coração e é realizado a cauterização de focos das arritmias, que dependendo do tipo de arritmias podem curadas ou melhor tratadas.
A principal questão é identificar o tipo de arritmia e a sua causa e assim determinar a melhor conduta e tratamento
Tipos de tratamentos
1 – Medicamentos principais: amiodarona, proprafenona, beta bloqueadores, sotalol.
2 – Cardioversão elétrica: tentativa de conversão da arritmia ao ritmo normal através de choque elétrico sobre o coração
3 – Marcapasso: O marcapasso cardíaco é outro tipo de tratamento para bradicardias importantes do coração, que podem levar a
A- Síncopes (desmaios)
B- Dispneia (falta de ar)
C- Ou arritmias cardíacas graves, malignas bem definidas para prevenção de morte súbita cardíaca
D- Casos específicos de insuficiência cardíaca, acompanhados de Bloqueio Completo do Ramo Esquerdo
4 – Estudo Eletrofisiológico e Ablação por radiofrequência:
Este tipo de tratamento é o mais utilizado e eficaz tratamento para a grande maioria dos tipos de arritmias e consiste na aplicação de energia no interior do coração para cauterizar os focos destas arritmias, com alto grau de sucesso.
As imagens cardíacas podem ser reproduzidas durante o estudo eletrofisiológico, através da introdução de cateteres no interior do coração e com propriedades de reconstrução das suas estruturas, para facilitar e orientar como mapear e cauterizar os focos das arritmias.
Com a introdução de novas tecnologias como a ressonância magnética do coração, a angiotomografia cardíaca e de novos cateteres e softwares avançados necessários para reproduzir imagens do coração e identificar potenciais elétricos, é possível hoje, tratar a grande maioria das arritmias, com mais eficácia, e precisão e até atingir focos das arritmias antes não passíveis de serem abordados.
As arritmias cardíacas mais comuns como a fibrilação atrial, podem ser em grande parte, quando diagnosticadas em um estágio inicial, apresentar grandes chances de tratamento efetivo
Grande parte das arritmias supraventriculares podem ser curadas através da ablação por cateter por radiofrequência e as arritmias ventriculares podem ser melhor tratadas e modificados os seu focos de origens, como as suas cicatrizes, responsáveis pela sua perpetuação.
1 – Taquicardias supraventriculares
2 – Síndrome de Wolff Parkinson White
3 – Taquicardias ventriculares
4 – Flutter atrial 5 – Fibrilação atrial
Esta janela estará mais ou menos aberta em relação ao prognóstico da eficácia do tratamento.
Se ela estiver com uma duração de tempo menor, e for tratada mais precocemente e de maneira adequada, o paciente pode apresentar um prognóstico melhor – Ou seja, terá mais “luz na sua janela”. Caso ocorra mais tardiamente, as chances podem ser menores, portanto, “menos luz”, e consequentemente menos chances de sucesso no tratamento.
Os átrios – camaras superiores do coração, entram em um ritmo caótico, sem sincronia na sua contração e sem eficácia para ejetar sangue para os ventrículos, que são as camaras inferiores do coração
O coração bate desorganizado, descompassado, levando a sintomas de: cansaço, palpitações, fadiga, queda da pressão arterial, tonturas, desmaios, e até formação de coágulos no interior dos átrios e maiores riscos de isquemia cerebral, embolia pulmonar.
1 – A idade acima de 65 anos
2 – Hipertensão arterial
3 – Diabetes
4 – Coronariopatia
5 – Obesidade
6 – Apneia do sono
7 – Sedentarismo
8 – Tabagismo
9 – Etilismo
10 – Exercicios físicos extenuantes e frequentes
11 – Fator genético
12 – Enfisema pulmonar, bronquites
13 – Doenças da tireóide
14 – Valvopatias
Quando são afastados as prováveis causas da fibrilação como mostrado no item acima, existe o tratamento farmacológico e o não farmacológico.
Amiodarona, proprafenona, sotalol, beta bloqueadores, antagonista de cálcio e anticoagulantes orais
Quando o tratamento farmacológico não é bem sucedido, o tratamento não farmacológico deve ser avaliado.
O campo mais desafiador atualmente no tratamento das arritmias cardíacas identificadas como a fibrilação atrial, e considerada como a mais comum dentre elas, está relacionado na busca das melhores ferramentas para isolar os componentes das veias pulmonares, que são os principais responsáveis pela sua origem e perpetuação, quando o tratamento farmacológico não é bem sucedido, assim como, quando todos os fatores de risco para fibrilação atrial forem corrigidos.
As técnicas de tto não farmacológico tem evoluído constantemente com novas ferramentas, trazendo a oportunidade de melhor abordagem terapêutica das arritmias, como a cura na sua grande maioria e de grande melhora na fibrilação atrial Aqui irei enumerar as principais formas/técnicas de tratamento da FA.
Uma vez alcançado o átrio esquerdo pela punção transeptal, os cateteres navegam no interior deste átrio e faz-se a reconstrução tridimensional das suas estruturas, criando uma anatomia que direcionará o tratamento para o isolamento dos focos oriundos das veias pulmonares e suas adjacências através da aplicação de energia de radiofrequência.
As técnicas para isolamento das veias pulmonares e adjacências utilizam energias de radiofrequência ou cryoablação (método de resfriamento), e outras que estão em fase experimental, as quais são aplicadas ao longo destas estruturas anatômicas.
Os resultados destes tratamentos dependem essencialmente do estágio que a Fibrilação Atrial encontra-se, ou seja, de uma maneira esporádica e de curta duração (poucas horas ou menos de 7 dias), ou além deste período. Quanto mais tempo ela estiver presente, maior será a fibrose das estruturas anatômicas dos átrios e consequentemente menor a eficácia no tratamento através da ablação.
Não existe cura até o momento, porém no mínimo diminuem os sintomas, assim como diminuem os medicamentos e as internações hospitalares e sobretudo melhora a qualidade de vida dos pacientes.
A Unidade de Estudos em Fibrilação Atrial do Hospital Madre Teresa constitui-se no propósito de trabalhos entre profissionais que estão mais diretamente ligados a fatores clínicos que possam ser a causa e predisporem a perpetuação da fibrilação atrial.
Para obtermos melhores resultados no tratamento da fibrilação atrial, temos que tratar todos estes fatores com a ajuda de profissionais relacionados a estes fatores de risco, por isto o tratamento é multidisciplinar. Daí o propósito e criação da UEFA – Unidade de Estudos em Fibrilação Atrial, sob a Coordenação do Dr. Mitermayer Reis Brito e Dr. Walter Rabelo, que realizaram juntamente com o Departamento de Cardiologia do Hospital Madre Teresa o primeiro Simpósio de Atualizações em Fibrilação Atrial em Abril de 2018